quarta-feira, 17 de junho de 2009

PRODUÇÃO DE LIXO NAS FLORESTAS ACREANAS: ALGUMAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA AMAZÔNIA

Raimundo Cláudio Gomes Maciel


Com a Revolução Industrial inicia-se um longo processo de alteração na produção de
mercadorias e conseqüentemente nos padrões de consumo mundial. Devido os grandes investimentos em tecnologia, entre outros, a quantidade ofertada atinge grandes proporções. Esse processo contínuo passou por várias modificações e aperfeiçoamentos, mas sempre com um crescimento da quantidade de mercadorias. Diante dos grandes avanços tecnológicos, proporcionados ao longo dos séculos, como por exemplo, o motor a combustão, várias barreiras foram quebradas. As grandes indústrias hoje alcançam lugares antes inimagináveis para ofertar o seu produto e influenciar as decisões do consumidor. Com o apoio da mídia, propagam-se os padrões de consumo dos países desenvolvidos nos lugares mais remotos. O homem do campo diante do acesso às propagandas e as divulgações altera qualitativamente e quantitativamente as mercadorias que compra, alterando também o conceito de bem estar, que, com o passar dos anos, se aproxima do conceito urbano. A constante busca dos capitalistas pelo lucro, por intermédio da produção em massa aliado à grande quantidade de consumidores, que fornece demanda suficiente para essa oferta, camufla um problema crucial e preocupante: o destino dos resíduos gerados por essa circulação – principalmente aqueles que são gerados em ambientes de difícil acesso, aqui representados pelas florestas. Os produtores rurais florestais têm como única opção o armazenamento do lixo em sua própria área produtiva. Assim, observa-se o aumento da degradação ambiental, colocando em xeque a sustentabilidade do sistema em questão. Leia o Artigo completo aqui

terça-feira, 16 de junho de 2009

Denúncia: Liderança histórica dos camponeses é assassinado no sul do Pará

Nesta segunda feira foi encontrado o corpo do camponês Luiz Lopes Barros, coordenador da Liga de Camponeses Pobres do Pará-Tocantins (LCP-PA/TO) e uma das mais conhecidas lideranças do movimento camponês do estado.

Na última sexta-feira, dia 12 de junho, o Sr. Luiz Lopes saiu de casa para participar de uma reunião de camponeses, a ser realizada próxima à Fazenda Batente, no município de Conceição do Araguaia, e foi brutalmente assassinado, com vários tiros à queima-roupa.

Ele foi um dos principais mobilizadores dos camponeses em luta pela terra no Pará e esteve à frente da tomada da Fazenda Forkilha, em 2007, organizada pela LCP. Tomada esta duramente reprimida por ordem direta da governadora Ana Júlia Carepa (PT), em 19 de novembro daquele ano, na chamada operação “Paz no campo” que, na verdade, significou uma verdadeira “operação de terror no campo”, com mais de 200 camponeses presos e dezenas de homens, mulheres e crianças covardemente torturados.

A vigorosa campanha de denúncias destas arbitrariedades repercutiu em todo o país. No sul do estado e em Belém, os camponeses da LCP, liderados pelo Sr. Luiz, estiveram em escolas, na universidade, nos sindicatos, nas organizações estudantis, Assembléia Legislativa. A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembléia Legislativa do Pará realizou uma primeira Audiência Pública na sede da OAB de Redenção para apurar as denúncias.

Na frente de deputados, representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, Defensoria Pública, Secretaria Estadual de Justiça, Incra, Policia Militar e Polícia Civil, os camponeses agredidos não se intimidaram e relataram as arbitrariedades sofridas. Nenhum dos representantes do governo e das polícias puderam contestar os relatos apresentados. Apesar da comprovada arbitrariedade cometida nenhuma providência foi tomada pelo governo para punir os responsáveis.

Ao contrário, estimulados pela “paz no campo” de Ana Júlia (PT) e pela impunidade, pistoleiros a soldo de latifundiários passaram a executar lideranças e ativistas do movimento camponês, particularmente aqueles que participaram da luta da Forkilha. Doze camponeses foram assassinados neste período.

Representantes do Cebraspo e do Nap estiveram por diversas vezes no Pará denunciando esta matança e exigindo providências, mas os mandantes e os pistoleiros continuaram impunes e seguiram atacando os camponeses em luta, acobertados pela omissão criminosa das autoridades!

O Sr. Luiz, em diversas oportunidades, denunciou estas mortes ocorridas e as ameaças de morte que vinha sofrendo. E hoje, quando tragicamente esta ameaça de morte se confirma, a impunidade dos crimes cometidos na “Operação paz no campo” faz da governadora Ana Julia Carepa (PT) cúmplice de mais este assassinato.

No caso do Sr. Luiz, portanto, foi mais uma morte anunciada! Não só o seu nome constava desta lista como recebeu nova ameaça antes de sua execução. Na quinta-feira, dia 11 de junho, um pistoleiro, conhecido por trabalhar para o latifundiário José Hernandez, foi até a casa de uma camponesa, ativista da LCP, para fazer ameaças a ela e ao Sr Luis dizendo: “vocês ganharam um prêmio e vocês vão receber ele essa semana”. Além disso, o Sr. Luiz era a principal testemunha de acusação contra o latifundiário José Hernandez, acusado de ser o mandante do assassinato de outro camponês, De Assis, liderança do assentamento Nazaré.

A luta pela terra vem sendo criminalizada em todo o país, inclusive através da ação do Supremo Tribunal Federal, sustentado e orquestrado pelo monopólio de imprensa para justificar esse verdadeiro genocídio dos camponeses e suas lideranças.

Essa política criminosa, esse genocídio anunciado tem que ser barrado imediatamente. Convocamos a todos os que apóiam a luta pela terra, aos democratas e progressistas, a repudiarem mais este assassinato não permitir que mais esse crime fique impune.


Punição para os assassinos do Sr. Luiz e demais camponeses no sul do Pará!
O povo quer terra, não repressão!
Pelo fim das ameaças e perseguições às lideranças camponesas!
Contra a criminalização do movimento camponês!
Todo apoio à luta pela terra!


Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos - Cebraspo
Núcleo dos Advogados do Povo - NAP

15 de junho, 2009


Solicitamos que, como parte da campanha em repúdio às ameaças, perseguições e assassinatos de camponeses e pela punição dos assassinos do Sr. Luiz, enviar mensagens de repúdio para os endereços abaixo:

1) Governadora Ana Júlia (só existe um “fale com a governadora” no site do governo: www.pa.gov.br)

2) Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Pará
Secretário: José Roberto da Costa Martins (jose.martins@sejudh.pa.gov.br)
Ouvidoria: ouvidoria.sejudh@sejudh.pa.gov.br

3) Secretaria Especial de Direitos Humanos
Ministro: Paulo Vanuchi: gabinete@sedh.go.br
Secretário Adjunto: Rogério Sottili: rogerio.sottili@sedh.gov.br
Gabinete: Maria Victoria Hernandez: maria.victoria@sedh.gov.br
Ouvidoria Geral da Cidadania: Fermino Fecchio: fermino.fecchio@sedh.gov.br

4)Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará
Presidente: Arnaldo Jordy (depjordy@alepa.pa.gov.br)

5) Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal
Presidente: Luiz Couto (dep.luizcouto@camara.gov.br)




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CEBRASPO
Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos
www.cebraspo.com.br