Na busca de alternativas, o Departamento de Economia da Universidade Federal do Acre - UFAC, criou em novembro de 1996, o Projeto Análise Econômica dos Sistemas de Produção Familiar Rural no Estado do Acre (ASPF) , para analisar os sistemas de produção, verificando de forma meticulosa o que é produzido, como, em que condições, receitas e despesas dos produtores. Esse esforço gerou um conhecimento dos sistemas de produção familiar, de agricultores e de extrativistas que permite fazer proposições ao governo e produtores da combinação desses sistemas, permitindo um melhor aproveitamento de recursos e o cumprimento dos objetivos globais, desafios desse século.
O Projeto encontra-se sob a coordenação do economista Raimundo Cláudio Gomes Maciel, que nos concedeu uma entrevista sobre o trabalho que vem sendo realizado.
O que é o ASPF e como ele tem contribuído para o debate sobre a questão
ambiental?
Raimundo Cláudio: O projeto Análise Socioeconômica de Sistemas de Produção Familiar rural no estado do Acre (ASPF) é desenvolvido pelo departamento de Economia da UFAC. Foi criado justamente para contribuir na geração, análise e difusão de informações socioeconômicas e ambientais relacionadas aos colonos, ribeirinhos, seringueiros etc. As contribuições do ponto de vista ambiental podem ser evidenciadas a partir do levantamento e sistematização de diversos indicadores ambientais do ambiente rural acreano, tais como formas de uso da terra, recursos hídricos, saneamento, geração e destino de resíduos sólidos (lixo), entre outros, disponíveis em um banco de dados, cujos principais relatórios estão acessíveis à sociedade em geral em nosso site:
Um dos objetivos do projeto é propor políticas públicas, quanto aos cidadãos e sua atuação, o que tem sido feito?
Quais as perspectivas de colaboração do ASPF com projetos semelhantes, na Amazônia e fora dela?
Fale sobre o trabalho que vocês apresentarão no VIII Congresso de Economia Ecológica.
Raimundo Cláudio: O artigo que foi submetido para apreciação e posterior apresentação no referido congresso versa sobre a problemática do lixo rural, em particular, como estamos na Amazônia, da sua disposição no ambiente florestal. A importância da discussão pode ser evidenciada quando se afirma que a coleta e manejo adequado do lixo nas florestas são praticamente inexistentes e que, portanto, vislumbram-se sérios riscos de deterioração dos recursos ambientais. Assim, busca-se levantar o debate em torno do tema e sensibilizar as políticas públicas para a resolução dessa questão face aos discursos referentes ao desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Raimundo Cláudio Gomes Maciel é economista, doutor em Economia Aplicada, com área de concentração em Meio Ambiente, Professor Adjunto do Centro de Ciências Jurídicas e Sociais Aplicadas, departamento de Economia, área de gestão de recursos naturais, da Universidade Federal do Acre (UFAC). Contatos: (68) 3901-2665; (68) 9961-0368; e-mail: rcgmaciel@ufac.br ou rcgmaciel@bol.com.br
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